Bullying
Bullying é um termo da lingua inglesa (bully=”valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intensionais e repetitivas, exercidas por um ou mais indivíduos sem motivação evidente, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.
Essa forma de violência é classificada em duas categorias: bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e bullying indireto, mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima, que em geral teme o agressor em razão de ameaças ou mesmo a concretização da violência física ou sexual.
A imprensa internacional tem apresentado com frequência pouco usual histórias como a do jovem espanhol Jokin Cebrio, de 14 anos, que se atirou das muralhas da cidade de Hondarribia, no País Basco, onde vivia, para pôr fim a mais de um ano de tormento na escola. Jokin era sistematicamente perseguido e maltratado pelos colegas. Calou-se e foi aguentando. Acabou por criar coragem e contou aos pais o que se passava e quem o maltratava. Mas quatro dias depois de o ter feito, suicidou-se.
O bullying tem uma ação devastadora”, explica a psicóloga Margarida Matos. “A pessoa sente-se mal e não sabe explicar bem porquê. Sente que está sendo provocada, mas não consegue explicar a razão ou não consegue encontrar sentido. E isso pode dar origem a reações opostas. Ou a criança assume completamente o papel da vítima ou começa a defender-se, tornando-se agressiva perante os demais. Pode mesmo, mais tarde, vir a desempenhar o papel de provocador. Mas uma coisa é certa: a vítima se cala. O seu silêncio é recorrente. Por vergonha ou por medo” A maioría das pessoas que testemunham essa prática também se silenciam por medo de se tornarem as próximas vítimas.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto, mas a escola sem dúvida é o local onde mais ocorre esse tipo de violência. No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5º e 6º séries. As três cidades com maior incidência são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
Essa prática não é negativa apenas para a vítima. O comportamento do agressor é uma prova clara de que também necessita de atenção urgente. Mas, de acordo com o especilista e estudioso das práticas de bullying, Dr. Dan Olweus, o bullying também é nocivo para o resto da turma e para o ambiente escolar, afetando a aprendizagem de todas as crianças.
É importante que pais e professores estejam atentos as mudanças de comportamentos das crianças e adolescentes: tristeza, isolamento e desinteresse pela escola podem ser sintomas de que algo não vai bem.
FONTE: REVISTA MÁXIMA E BRASIL ESCOLA