Como ajudar crianças a superar traumas.

11th segunda-feira, 2011  |   Sem categoria  |  no comments

Crianças que vivenciam acontecimentos como o ocorrido na última semana, quando um atirador entrou em uma escola no Rio de Janeiro e atirou contra várias crianças e depois se matou, podem apresentar diferentes comportamentos e modos de lidar com o trauma.

Crianças sendo socorridas após o atentado em escola do RJ

O que é um trauma?

As pessoas, a partir de suas experiências de vida, passam a criar barreiras e limites de proteção e segurança. Um trauma é uma situação que rompe essas barreiras e limites, que faz com que a pessoa paralise no tempo e no espaço. Excede todos os limites de segurança e suporte. O trauma deixa marcas e, sempre que voltam as lembranças, essas marcas vão se aprofundando. Ele aprisiona os sentimentos fazendo com que as pessoas só pensem no que aconteceu.

Os adolescentes, ao sofrerem maus-tratos ou traumas, apresentam muitos sinais. Estes são um PEDIDO DE AJUDA.  É importante que os pais estejam atentos. Alguns sintomas são:

  • Choros constantes;
  • Medo;
  • Ter pesadelos e acordar gritando;
  • Tentativas de suicídio;
  • Ataques de nervosismo, sensação que vai morrer;
  • Silêncio e fechamento excessivo;
  • Baixo rendimento escolar;
  • Rejeição das pessoas que gosta;
  • Sentimento de inferioridade

É muito comum os pais se sentirem responsáveis pelos problemas ou dificuldades que os filhos apresentam. Quando as crianças sofrem em função dos traumas, é normal que os pais sofram e queiram superprotege-los. No entanto, lembre-se que os pais nunca conseguirão assistir a todas as necessidades dos filhos. Segundo a psicóloga, Maria Alice Targa, em primeiro lugar, é fundamental que os pais incentivem as crianças a falarem sobre o ocorrido.

–  Ao contrário do que algumas pessoas pensam, os pais têm que fazer com que as crianças falem e revelem como estão se sentindo. Isto é saudável e o trauma provavelmente vai ser referenciado por toda a sua vida. O ideal é deixar elas contarem o que aconteceu e ajustar os fatos à realidade. Por exemplo, se a criança disser que o coleguinha levou um tiro e começou a sangrar, os pais devem dizer que é verdade, que isso acontece quando nos machucamos — explica.

A psicóloga alerta que após o trauma, é normal a criança demonstrar medo de perder a vida e até desenvolver alguma fobia.
 — Ela pode não querer ir para a aula por algum tempo, pois vai desenvolver um comportamento de fuga da realidade. No entanto, as crianças que têm saúde mental vão se recuperar mais rapidamente do que as que já trazem alguma vivência de violência ou abuso — revela Maria Alice.

Recuperação

A recuperação de uma perda comum, conforme a especialista, leva em torno de seis meses. Se a fobia persistir por um tempo mais longo os pais devem procurar ajuda profissional para que o filho saiba lidar melhor com o trauma.  No caso da escola carioca, onde ocorreu o incidente, a psicóloga destaca que será necessário algum trabalho conjunto com os alunos, já que a instituição e eles foram marcados pela violência.

Não se pode colocar uma pedra em cima, não é saudável. Eles vão ter que se reunir e pensar sobre como vão lidar com a realidade. Podem chorar pelos colegas, levar flores, conversar —  completa

Fonte: Portal CMC e Bem Estar

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