Superproteção aos filhos: entenda como isso pode ser prejudicial para a criança

1st quarta-feira, 2015  |   Filhos, mãe coruja, pai coruja, Proteção  |  no comments

    

      É difícil para qualquer pai e mãe deixar o “corujismo” de lado. É compreensível, não se preocupe. A vontade de opinar sobre os comportamentos e decisões dos filhos, o anseio por estar sempre presente e informado (a) sobre tudo o que acontece na vida do filhote, é normal. Normal porque não queremos que aqueles que amamos sofram conseqüências negativas por suas ações. Não queremos que a vida trate de ensinar que devemos ser responsáveis por nossos erros (e acertos, é claro). Que podemos nos encrencar ou prejudicar seriamente algo ou alguém por nossas más escolhas.

      O fato é que, felizmente – ou não -, o ditado de que “É errando que se aprende” está corretíssimo. Somos instruídos por nossos pais desde o início de nossas vidas sobre o certo e o errado, mas não podemos ser instruídos sobre absolutamente tudo. Precisamos errar para aprender sim! Nos desenvolvemos e amadurecemos dessa forma. Faz parte da vida.

      A superproteção faz com que os filhos pensem que estão livres das conseqüências negativas que poderão surgir caso façam algo de errado. Ou também, faz com que pensem que os pais sempre estarão disponíveis para consertar nossos equívocos. E isso não é verdade, você sabe. Os filhos devem ser educados para assumir o que fazem, encarando e aprendendo a lidar com os resultados.

      Além disso, a superproteção afeta o desenvolvimento e torna os filhos inseguros, sabia? Acontece que a superproteção faz com que eles vivam um pouco reclusos, isolados, distantes da realidade. Assim, eles não conseguem lidar com situações diferentes das comuns, não sabem se impor e se portar. Além do fato de não conseguirem lidar com as decepções e frustrações inevitáveis da vida.

      Portanto, não podemos estabelecer a relação de superproteção com amor. Talvez esse seja o maior erro. Superproteger para evitar sofrimento é um equívoco, pois o sofrimento e ficar triste fazem parte do desenvolvimento infantil para a formação do caráter. Principalmente se a criança faz alguma coisa errada, fazê-la pedir desculpas, ou fazer algo para reparar seu erro, é a mesma coisa que aceitar que errou, e sentiu culpa e por isso se “desculpa” ou se “refaz”. Isso reforça que ela é capaz e tem potencial para fazer as coisas certas, porque mesmo fazendo errado, é amada e direcionada para o bem. Assim, a criança vai construindo uma imagem verdadeira de si e habilidades sociais adequadas para lidar consigo mesma e com os outros com base em valores, ética e empatia.

      Caso contrário, a superproteção não prepara o ser humano para as frustrações e situações adversas da vida, e cria um falso autoconhecimento que reflete a ideia de que o indivíduo é perfeito, o “Centro do Universo”, nunca erra, e os problemas estão sempre nos outros já na infância e na vida adulta.

 

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